e dessa liquidez, b e b a

rio que transborda ~ águas de dilúvio ~ desaguando em qualquer mar ~ todo o mar ~ maré cheia

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Formosa Mulher

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

eu não quero um capacho não, seu dono..
eu quero alguém pra chamar de "meu amor", com aquela voz derretida de ternura, derretida de doçura..
alguém pra dizer "como eu te amo, meu amor! como eu te quero! não saia não de perto de mim.. "
eu quero alguém pra dizer "venha cá me dar um beijo na boca A-GO-RA senão eu morro!"

não é capacho não, seu moço..
é amor.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

O Momento Que Passou ou A Experiência já Experimentada (e Passada)


céu nublado me deixa melancólica. chuva rala me deixa carente.. é coisa de cama, edredon, filminho e um bom vinho. é coisa de dois-a-dois, beijo na boca, abraço gostoso. é coisa de carinho nas costas, mão nos cabelos, toque suave no rosto. é coisa de mensagem no meio da madrugada, mesmo que ela não diga nada. é coisa de pegar um olhar. é coisa de delicadezas, de surpresinha embaixo do travesseiro, de bilhetinho no carro. é coisa de mãos-dadas..
é coisa de mãos-dadas, de pular nas costas, de carinho à toa, de correr e ir de encontro ao peito do outro. é tempo de palavras e sussurros maviosos..
é coisa de olhar e sentir aquela inadiável vontade de beijar. é coisa de perceber todas as novas pintinhas naquele rosto tão conhecido..
não é coisa de ligações esporádicas, de encontros casuais, de palavras que soam necessárias, de relacionamento que no fim de tudo é só sexo mesmo. isso é coisa (frustrante) pra alguns momentos da vida, apenas. momentos em que você não quer ser amada, ou quer sentir-se livre pra voar por aí sem ter que dar satisfação (a não ser pra você mesma e pra tua inquieta e tagarelante consciência).
céu nublado me deixa carente. chuva rala me deixa melancólica.


duração: o instante em que a mente vai longe, mas logo volta.
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o que resta é a vontade do beijo na boca sem encontro marcado sem porquê sem finalidade sem princípio sem objetivo sem quando sem onde sem hora. é querer, é vontade.
e segundo ele, a guria não pode querer isso. ela realmente não quer nada disso ali sonhado. vive a jogar na cara que tudo aquilo lhe foi ofertado por mais de duas vezes em pouco tempo. e sabe o que fez a tal? não quis. é.. deixou passar, assim, de mãos abertas mesmo. não sentiu vontade de mergulhar, de pular de cabeça. medo? na não.. o que não tinha era vontade mesmo. queria o sabor da novidade, o frio na barriga do inseguro, o pisar dos sem-chão, o olhar pra cima dos sem teto, o respirar dos sem-ar. tanto fez que teve.
sentiu. e agora quer sair.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

me dê um doce de doçura..

faça pouco, mas faça bem. o importante mesmo é que tudo resulte em maior doçura e bem estar. o resto continuará sendo resto.. as preocupações com contas, os problemas amoroso, os problemas familiares, e a lista de tormentos inúteis.


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aaai.. a lista de tormentos inúteis.

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a gente cheira diferente quando se decepciona

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quero redescobrir a ternura humana

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vai que minha estrela volta a brilhar...




volta pra mim, volta, luz?!

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

obra-prima anatômica




(...) disse isso e me fitou com olhos aguados. Parecia mendigar uma resposta que expressasse um mínimo de cumplicidade. Fiquei mudo, obviamente, talvez por alguns minutos, e ela entendeu meu silêncio absoluto como sendo de fato um silêncio absoluto, recolheu sua bolsa numa lentidão torturante e foi embora, deixando o copo cheio.

Caro amigo, se não somos chimpanzés é porque temos a melancólica capacidade de chorar sozinhos durante as madrugadas.



-trecho do conto 'Clichê Romântico' de Daniel Galera.

sábado, 6 de outubro de 2007

e se ficar o bicho come..


Meu corpo não é meu corpo,
é ilusão de outro ser.
Sabe a arte de esconder-me
e é de tal modo sagaz
que a mim de mim ele oculta.
Meu corpo não é meu agente,
meu envelope selado,
meu revolver de assustar,
tornou-se meu carcereiro,
me sabe mais que me sei.
(...)


Carlos Drummond de Andrade
As contradições do Corpo. Corpo (1984)

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

a voz rouca que vem do mar


ninguém me contou, foi meu mano que viu na marujada
meu amor botou meu nome no pano da jangada..

vou me vestir de rainha e vou morar no mar. vontade de imergir, mergulhar, penetrar, entranhar, desaparecer e reaparecer na imensidão do mar..
ninguém me contou, foi meu mano que viu na marujada
meu amor botou meu nome no pano da jangada..