e dessa liquidez, b e b a

rio que transborda ~ águas de dilúvio ~ desaguando em qualquer mar ~ todo o mar ~ maré cheia

terça-feira, 23 de outubro de 2007

O Momento Que Passou ou A Experiência já Experimentada (e Passada)


céu nublado me deixa melancólica. chuva rala me deixa carente.. é coisa de cama, edredon, filminho e um bom vinho. é coisa de dois-a-dois, beijo na boca, abraço gostoso. é coisa de carinho nas costas, mão nos cabelos, toque suave no rosto. é coisa de mensagem no meio da madrugada, mesmo que ela não diga nada. é coisa de pegar um olhar. é coisa de delicadezas, de surpresinha embaixo do travesseiro, de bilhetinho no carro. é coisa de mãos-dadas..
é coisa de mãos-dadas, de pular nas costas, de carinho à toa, de correr e ir de encontro ao peito do outro. é tempo de palavras e sussurros maviosos..
é coisa de olhar e sentir aquela inadiável vontade de beijar. é coisa de perceber todas as novas pintinhas naquele rosto tão conhecido..
não é coisa de ligações esporádicas, de encontros casuais, de palavras que soam necessárias, de relacionamento que no fim de tudo é só sexo mesmo. isso é coisa (frustrante) pra alguns momentos da vida, apenas. momentos em que você não quer ser amada, ou quer sentir-se livre pra voar por aí sem ter que dar satisfação (a não ser pra você mesma e pra tua inquieta e tagarelante consciência).
céu nublado me deixa carente. chuva rala me deixa melancólica.


duração: o instante em que a mente vai longe, mas logo volta.
~ ~ ~ ~ ~
o que resta é a vontade do beijo na boca sem encontro marcado sem porquê sem finalidade sem princípio sem objetivo sem quando sem onde sem hora. é querer, é vontade.
e segundo ele, a guria não pode querer isso. ela realmente não quer nada disso ali sonhado. vive a jogar na cara que tudo aquilo lhe foi ofertado por mais de duas vezes em pouco tempo. e sabe o que fez a tal? não quis. é.. deixou passar, assim, de mãos abertas mesmo. não sentiu vontade de mergulhar, de pular de cabeça. medo? na não.. o que não tinha era vontade mesmo. queria o sabor da novidade, o frio na barriga do inseguro, o pisar dos sem-chão, o olhar pra cima dos sem teto, o respirar dos sem-ar. tanto fez que teve.
sentiu. e agora quer sair.

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