segunda-feira, 31 de março de 2008
quinta-feira, 27 de março de 2008
a nuvem
em brasília é assim:
as nuvens não entram num consenso, nunca. não há união. quando isso acontece é por pura inveja das demais, o que não faz do 'acordo' um consenso. elas são individualistas mesmo. aqui é cada uma por si e ponto. qualquer dia e qualquer hora é tempo de anunciar pras colegas: VOU CHOVER! e pronto. exerce toda a sua independência e liberdade de nuvem chovendo ali mesmo, no meio de tantas outras.
as nuvens não entram num consenso, nunca. não há união. quando isso acontece é por pura inveja das demais, o que não faz do 'acordo' um consenso. elas são individualistas mesmo. aqui é cada uma por si e ponto. qualquer dia e qualquer hora é tempo de anunciar pras colegas: VOU CHOVER! e pronto. exerce toda a sua independência e liberdade de nuvem chovendo ali mesmo, no meio de tantas outras.
há as que escorrem muito, chovem quase um drama inteiro, que chega dá um nó na tal. outras são mais românticas, pingam num canto, ali naquele outro, uma gotinha pr'aquela flor, outra naquele camarada passando ali embaixo, e vão assim, nesse ritmo quase respirado entre gota-e-outra. quando bate a inveja, a coleguinha de céu exerce também seu egoísmo: GALERA, TOU PRECIPITANDO! e precipita mesmo. precipita xôxa, precipita choro, daquele chorinho contido, de quando te falam: não chora, não, bestalhão! outras, mais avoadas, precipitam alegria e fazem quase um samba de gotas na terra, grama e todo o resto. não ligam não, pros olhares das outras e vão assim, desfilando suas gotas que sambam alegria em terra de ninguém.
é assim.
hoje uma nuvem braba e incansável me seguiu. ela jorrava cada gota d'água que parecia mais raiva que independência, mais fervor que liberdade de não ter que dar satisfação às companheiras de céu, mais choro berrado que chuva. choveu só, choveu forte, choveu TUDO de nuvem que tinha, e se fez viva em cada gota. e fez gota grossa, fez gota quente e fez gota doída, e era cada uma que me pingava.. que me inundou toda!
tive que parar, olhar no interior da alma tal da nuvem e gritar: ei, nuvem! pára de se doer assim que daqui eu tou sentindo essa tristeza e esse rancor, minha filha! olha ali pro lado, olha, olha! tá vendo aquela amiguinha ali, toda cumulosa?! então, meu amor.. sorria em formas volumosas e formosas. tá bom, vai.. para isso, tire toda essa umidade de você. vai! chova em mim, chova sim, mas me garanta que cada gota dessa chuva só vai servir pra lavar teu sentir. combinado?!
e assim fomos pra casa. eu e a nuvem, ela sentindo-se menos só, eu, sentindo seus lamentos de alívio.
e foi só botar minh'alma à escuta integral da nuvenzinha e fazer aquela curva que PRONTO! o pranto todo passou, e ela chega suspirou. um suspiro tão forte que as árvores todas sentiram e balançaram seus galhos, fazendo cada folha cair ritmada e aliviada.
ela me sorriu sua última gota, que foi tão morna, que entendi: agora estava lavada a nossa alma.
ela voltou a sorrir pro dia.
é assim.
hoje uma nuvem braba e incansável me seguiu. ela jorrava cada gota d'água que parecia mais raiva que independência, mais fervor que liberdade de não ter que dar satisfação às companheiras de céu, mais choro berrado que chuva. choveu só, choveu forte, choveu TUDO de nuvem que tinha, e se fez viva em cada gota. e fez gota grossa, fez gota quente e fez gota doída, e era cada uma que me pingava.. que me inundou toda!
tive que parar, olhar no interior da alma tal da nuvem e gritar: ei, nuvem! pára de se doer assim que daqui eu tou sentindo essa tristeza e esse rancor, minha filha! olha ali pro lado, olha, olha! tá vendo aquela amiguinha ali, toda cumulosa?! então, meu amor.. sorria em formas volumosas e formosas. tá bom, vai.. para isso, tire toda essa umidade de você. vai! chova em mim, chova sim, mas me garanta que cada gota dessa chuva só vai servir pra lavar teu sentir. combinado?!
e assim fomos pra casa. eu e a nuvem, ela sentindo-se menos só, eu, sentindo seus lamentos de alívio.
e foi só botar minh'alma à escuta integral da nuvenzinha e fazer aquela curva que PRONTO! o pranto todo passou, e ela chega suspirou. um suspiro tão forte que as árvores todas sentiram e balançaram seus galhos, fazendo cada folha cair ritmada e aliviada.
ela me sorriu sua última gota, que foi tão morna, que entendi: agora estava lavada a nossa alma.
ela voltou a sorrir pro dia.
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contos e crônicas
sexta-feira, 21 de março de 2008
bem-vindo, O.U.T.O.N.O.!
A estação do outono inicia-se às 02h48 do dia 20 de março de 2008 . Sendo uma estação de transição entre o verão e inverno, verificam-se características de ambas, ou seja, mudanças rápidas nas condições de tempo.
É a época em que as folhas caem.
Nas plantas, é a forma que algumas encontram para não perder água pelo processo de evaporação e transpiração pelas folhas, armazenado essa água nos tempos mais frios e menos chuvosos.
Vou deixar também que minhas folhas caiam, vou centrar energias, esperar, observar, descontruir as regras auto-impostas, respirar. acumular energia vital. acumular meu eu, amar meu eu, acumular amor.
pra depois s.e.m.e.a.r.
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foto-tema
quá quá rá quá quá!
aaai, ólha só que délíça de mulé..
e ela anda me matando
de felicidade! e como não seria!
(e olha que essa é a música de trabalho da vez, e sem enjoar!)
e ela anda me matando
de felicidade! e como não seria!
(e olha que essa é a música de trabalho da vez, e sem enjoar!)
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música,
pequenos prazeres
terça-feira, 11 de março de 2008
um trecho
"é sabido que, no espaço de um segundo, pode cruzar-nos a mente toda uma série de considerações e juízos sob a forma de sentimentos nada fáceis de traduzir em palavras e muito menos em linguagem literária. (...)
já que nossas sensações, traduzidas em palavras, se tornariam de todo inverossímeis."
DOSTOIEVSKI,
em UMA HISTÓRIA LAMENTÁVEL
já que nossas sensações, traduzidas em palavras, se tornariam de todo inverossímeis."
DOSTOIEVSKI,
em UMA HISTÓRIA LAMENTÁVEL
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literatura,
prosa e poesia
domingo, 9 de março de 2008
Não deveria se chamar amor
música que Moska fez pro seu filhote, Antônio
O amor que eu te tenho é um afeto tão novo
Que não deveria se chamar amor
De tão irreconhecível, tão desconhecido
Que não deveria se chamar amor
Poderia se chamar nuvem
Pois muda de formato a cada instante
Poderia se chamar tempo
Porque parece um filme que nunca assisti antes
Poderia se chamar labirinto
Pois sinto que não conseguirei escapulir
Poderia se chamar aurora
Pois vejo um novo dia que está por vir
Poderia se chamar abismo
Pois é certo que ele não tem fim
Poderia se chamar horizonte
Que parece linha reta, mas sei que não é assim
Poderia se chamar primeiro beijo
Porque não lembro mais do meu passado
Poderia se chamar último adeus
Que meu antigo futuro foi abandonado
Poderia se chamar universo
Porque nunca o entenderei por inteiro
Poderia se chamar palavra louca
Que na verdade quer dizer aventureiro
Poderia se chamar silêncio
Porque minha dor é calada e meu desejo é mudo
E poderia simplesmente não se chamar
Para não significar nada e dar sentido a tudo
O amor que eu te tenho é um afeto tão novo
Que não deveria se chamar amor
De tão irreconhecível, tão desconhecido
Que não deveria se chamar amor
Poderia se chamar nuvem
Pois muda de formato a cada instante
Poderia se chamar tempo
Porque parece um filme que nunca assisti antes
Poderia se chamar labirinto
Pois sinto que não conseguirei escapulir
Poderia se chamar aurora
Pois vejo um novo dia que está por vir
Poderia se chamar abismo
Pois é certo que ele não tem fim
Poderia se chamar horizonte
Que parece linha reta, mas sei que não é assim
Poderia se chamar primeiro beijo
Porque não lembro mais do meu passado
Poderia se chamar último adeus
Que meu antigo futuro foi abandonado
Poderia se chamar universo
Porque nunca o entenderei por inteiro
Poderia se chamar palavra louca
Que na verdade quer dizer aventureiro
Poderia se chamar silêncio
Porque minha dor é calada e meu desejo é mudo
E poderia simplesmente não se chamar
Para não significar nada e dar sentido a tudo
quarta-feira, 5 de março de 2008
pensamento-palavra
"Cabe ao homem compreender que o solo fértil, onde tudo que se planta dá, pode secar; que o chão que dá frutos e flores pode dar ervas daninhas; que a caça (escassa) se dispersa, e a terra da fartura pode se transformar na terra da penúria, da fome, da destruição. O homem precisa entender que de sua boa convivência com a natureza depende sua subsistência, por isso não deve matar um animal se não for se alimentar dele, não deve arrancar uma folha sem necessidade, não deve abrir caminhos na floresta por onde jamais passará. O ser humano precisa entender que a destruição da natureza é a sua própria destruição, pois a sua essência é a natureza: a sua origem e o seu fim"
PAI CIDO DE ÒSUN EYIN
PAI CIDO DE ÒSUN EYIN
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