(o quando: de segunda 17 pra terça 18)ai, gentem, ÓTEMO!
realmente era o que me faltava: acordar gemendo de dor, ir pra emergência do hospital às quatro e meia da madrugada, esperar muito tempo pra ser atendida enquanto rodo da cadeira testando mil posições pra ver em qual delas a dor é menor, não achar essa posição de modo a ficar encolhida em mim mesma, finalmente ser arrastada pro box, levar várias agulhadas, ser dopada infinitamente até que a dor se dê por vencida, ficar no soro horas a fio, fazer mil exames, se contorcer de dor na frente de todos os atendentes com cara de bunda, enxer a bexiga de água pra fazer um exame e descobrir que naquele caso não era necessário, gritar pela Helena (sem sequer lembrar quem era Helena) pedindo mais buscopan ou dipirona ou qualquer outro remédio daqueles que curasse aquela dor duzinférno, fazer xixi no potinho tendo uma só mão disponível (porque a outra estava lá no alto junto com o soro), ver a cara da dona Cristina me falando pra dormir, ouvir o playboy do lado dizer que não foi até ali pra ficar tomando soro, fazer mais exames... aliás! mil exames pra descobrir o quê mesmo? que ahh.. vou ter de marcar uma endoscopia pra confirmar o que todos já pensam a essa altura da madrugada, que dizer, DEZ HORAS DA MANHÃ: que provavelmente seja uma gastritre.
de fundo emocional, óbvio.
ÓBVIO!agora nem mais agoniada, preocupada, aperreada, estressada, eufórica, ocupada e nem extremamente feliz posso ser-estar-ficar. engolir as displicências de dona Kika? negativo! terei de revidar, senão meu estômago sai pela boca.
não posso morrer de amores, senão morro de dores.
assim que abro os olhos não posso pensar no que o dia tem a me oferecer, senão me fodo.
pensar nos seminários e relatórios? aaah.. pra quê é que existem as outras pessoas do grupo? comer aquilo tudo que eu como? ah nem...
me disseram simplesmente para não ser tão assim, tão eu.
serei a pessoa mais calma, sem tiques nem estalos eufóricos, monótona, padrão, obediente e entediante que vocês já conheceram.. que tal?
há-há, né meu bem!
chora!
agora, vê se pode..