Angústia, s. f., é uma esperança que nos acena da porta, mas que a gente nunca sabe se está entrando, ou se está saindo.
(pequeno dicionário idiossincrático da memória)
o amor é muito sereno com você. assim não consigo me sentir maluca, doida de amor, anrder em febre, surtar, querer me jogar em qualquer lago, lagoa ou rio e chorar soluçando sem hora pra acabar, me sentir a mais patética do mundo só por um dia não ter recebido um "alô" bem entonado, um "boa noite" bem gostoso, ou mesmo um olhar confortante. passar noites e noites em claro esperando que o celular apite uma mensagem ou o telefone toque uma música com tua voz, teus sussurros.
as águas mansas não me ofertam mais que paz interior. não é isso que a Mariana procura, verdadeiramente. ela gosta da dor do amor, gosta do sofrer cada instante, esperando que o outro seja melhor, mesmo não sendo. ela gosta da insegurança do amor, da sensação de estar pisando em ovos quando quer abrir o coração pra ele, fazer aquela declaração pública de amor, escrever aquele poema meloso, quer mandar uma carta e ficar aguardando asiosamente a espera. aguardando a espera. aguardando a espera. porque no fundo sabe que a carta nunca chegará, a resposta não virá. e ela morrerá, se debulhará em lágrimas até o grito e a dor não fazerem mais sentido, e ela se pegará largada no meio do chão, no tapete do quarto, rindo da própria loucura. rindo da própria intensidade.
não receber a resposta da mensagem. quantas vezes deixei de responder a quem me amava? quantas vezes recebi emails e mensagens de amor e nem sequer respondi?
quero passar por isso, do lado de lá. aquela angústia que se dá só de pensar que você daria as mãos, os pés, o cabelo, as unhas, o mundo por aquela pessoa, por aquele risinho de meia boca ou o olhar mais doce do mundo. quero estar do lado de lá.
a loucura é tudo aquilo que ela sente falta, e que você não a proporciona. o desespero é tudo aquilo que ela quer sentir uma noite inteirinha, quando você a oferta calmaria em timbres e tons. o dia de chuva em casa quer fazê-la lembrar do quanto é bom amar e morrer (mesmo que imaginariamente, cada parte de teu corpo) por amor!
não essa calmaria..
o amor não pode ser calmaria.
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