e dessa liquidez, b e b a

rio que transborda ~ águas de dilúvio ~ desaguando em qualquer mar ~ todo o mar ~ maré cheia

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Iemanjá, minha mãe de cabeça


salve iemanjá
salve a rainha do mar!

A Grande Deusa do Mar faz parte do grupo das mães maiores. Ela é a mãe das águas primevas, que precedem a forma e sustentam a criação. A água, que é uma força feminina por excelência, possui outros deuses e encantos, como Averekue, o príncipe jeje das espumas do mar, que garante riqueza e prosperidade àqueles que lhe oferecemum orobô em sua morada. Contudo, Iemanjá, a força da cabeça e do príncípio, é a rainha do mar.


Iemanjá é água que não se prende, é a água que se estende na amplidão, que une os povos. Nem o poderoso rei de Ifé, Olofim, conseguiu manter Iemanjá perto de si. Ela se cansou de permanecer em Ifé e, contra a vontade de seu marido Olofim, fugiu em direção ao oeste. Na primeira tentativa de capturá-la, Olofim enviuou os guerreiros mais bravos do reino à sua procura. Sozinha, Iemanjá não teria como escapar, mas, muito astuta, armou um audacioso plano. Fez uma muralha de espelhos, armou-se com sua espada e seu abebé e, com imponência, colocou-se à frente da muralha. Quando os guerreiros deOlofim chegaram, depararam-se com Iemanjá pronta para a luta. Devido aos seus próprios reflexos, que julgaram ser um poderoso exército, fugiram assustados.
Iemanjá é o espelho do mundo, que reflete todas as diferenças, pois a mãe é sempre um espelho para o filho, um exemplo de conduta. Ela é a mãe que orienta, que mostra os caminhos, que educa, e sabe, sobretudo, explorar as potencialidades que estão dentro de cada um, como fez com os guerreiros de Olofim, mostrando o quanto eram bons seus ofícios, mas dizendo, ao mesmo tempo, que a guerra maior é a que travamos contra nós mesmos.



Iemanjá divide com Oxum o domínio sobre a maternidade, mas ela não é a mãe das crianças, mas dos jovens e adultos que já formaram personalidade e individualidade. Sua função é a maternidade como orientadora. Ela é mãe e esposa.

Todas as águas do mundo, doces ou salgadas, pertencem a Iemajá. Especialmente os rios que correm diretamente para o mar, pois o local de confluência das águas doces dos rios com as águas salgadas do mar é onde a força de Iemanjá se manifesta com mais intensidade.


Iemanjá poderia ser considerada a padroeira dos psicólogos, pois tudo que se relaciona à cabeça lhe diz respeito; aliás, o bem-estar psicológico só pode ser plenamente alcançado com as bênçãos de Iemanjá. Na verdade, o equilíbrio e a harmonia, seja pessoal ou familiar, são os mais caros bens que ela pode nos proporcionar.

Zelar pela família é a principal tarefa de Iemanjá. è ela quem promove a paz em todos os lares, mostrando que é preciso respeitar, amar e sobretudo ouvir os pais. Ser um bom filho é a única garantia de ter bons filhos, é fazer Iemanjá presente no lar e na vida.



DIA: sábado
DATA: 2 de fevereiro
METAIS: prata e outros metais prateados
CORES: branco, cristal, azul, rosa
COMIDAS: eboô com camarão seco e azeite, manjar, acaçá, bolo de arroz e mamão.
SÍMBOLO: abebé prateado
ELEMENTOS: águas doces que correm para o mar, águas do mar
PEDRAS: cristal e água-marinha
FOLHAS: pata-de-vaca, umbaúba, mentrasto
DOMÍNIOS: maternidade (educação), saúde mental e psicológica
SAUDAÇÃO: Eerú-Ìyá! Odó-Ìyá!

me entrego tooooda

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Viviane Mosé

quem tem olhos pra ver o tempo soprando sulcos na pele soprando sulcos na pele soprando sulcos?
o tempo andou riscando meu rosto
com uma navalha fina

sem raiva nem rancor
o tempo riscou meu rosto
com calma

(eu parei de lutar contra o tempo
ando exercendo instantes
acho que ganhei presença)


acho que a vida anda passando a mão em mim.
a vida anda passando a mão em mim.
acho que a vida anda passando.
a vida anda passando.
acho que a vida anda.
a vida anda em mim.
acho que há vida em mim.
a vida em mim anda passando.
acho que a vida anda passando a mão em mim


e por falar em sexo quem anda me comendo
é o tempo
na verdade faz tempo mas eu escondia
porque ele me pegava à força e por trás

um dia resolvi encará-lo de frente e disse: tempo
se você tem que me comer
que seja com o meu consentimento
e me olhando nos olhos

acho que ganhei o tempo
de lá pra cá ele tem sido bom comigo
dizem que ando até remoçando


muitas doenças que as pessoas têm são poemas presos
abscessos tumores nódulos pedras são palavras
calcificadas
poemas sem vazão

mesmo cravos pretos espinhas cabelo encravado
prisão de ventre poderia um dia ter sido poema

pessoas às vezes adoecem de gostar de palavra presa
palavra boa é palavra líquida
escorrendo em estado de lágrima


lágrima é dor derretida
dor endurecida é tumor
lágrima é alegria derretida
alegria endurecida é tumor
lágrima é raiva derretida
raiva endurecida é tumor
lágrima é pessoa derretida
pessoa endurecida é tumor
tempo endurecido é tumor
tempo derretido é poema


palavra suor é melhor do que palavra cravo
que é melhor do que palavra catarro
que é melhor do que palavra bílis
que é melhor do que palavra ferida
que é melhor do que palavra nódulo
que nem chega perto da palavra tumores internos
palavra lágrima é melhor
palavra é melhor
é melhor poema

receita para arrancar poemas presos:

você pode arrancar poemas com pinças
buchas vegetais. óleos medicinais
com as pontas dos dedos. com as unhas
com banhos de imersão
com o pente. com uma agulha
com pomada basilicão
alicate de cutículas
massagens e hidratação

mas não use bisturi nunca
em caso de poemas difíceis use a dança.
a dança é uma forma de amolecer os poemas
endurecidos do corpo.
uma forma de soltá-los
das dobras dos dedos dos pés. das vértebras
dos punhos. das axilas. do quadril

são os poema cóccix. os poema virilha
os poema olho. os poema peito
os poema sexo. os poema cílio



ultimamente ando gostando de pensamento chão
pensamento chão é poema que nasce do pé
é poema de pé no chão
poema de pé no chão é poema de gente normal
gente simples
gente de espírito santo


eu venho do espírito santo
eu sou do espírito santo
traga a vitória do espírito santo

santo é um espírito capaz de operar milagres
sobre si mesmo



para uma nova gramática:

imagine um sentimento água. um sentimento árvore.
uma agonia vidro. uma emoção céu. uma espera pedra.
um amor manga. um colorido vento sul. um jeito casa
de ser. uma forma líquida de pensar. uma vida paredes.
uma existência mar. uma solidão cordilheira. uma alegria pássaro em chuva fina. uma perda corpo.

acho que hoje acordei semente. tenho andado muito temporal. minha irmã vive um momento tudo. a vida
às vezes transborda pelos poros. me atinge um estado livro. aurora em meus joelhos. tem pessoas ponte.
algumas carregam a gravidade nas costas. já conheci gente

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Traga-me um copo d'água, tenho sede
E essa sede pode me matar
Minha garganta pede um pouco d'água
E os meus olhos pedem teu olhar

A planta pede chuva quando quer brotar
O céu logo escurece quando vai chover
Meu coração só pede teu amor
Se não me deres, posso até morrer

Tenho Sede
Gilberto Gil

"a partir daí começo um outro dia sendo essa outra pessoa; eu"



e aí é aquele sentimento que devora, rasga, infesta tudo por dentro. como se fosse uma batalha; de mim comigo mesma.
com meus preceitos e minhas condutas erradas de acordo com meus próprios preceitos e cultura. 'errado' assim, nu e cru, não digo. o que é que pode ser errado aqui se sou eu quem dita as regras? só sinto que pode ser errado quando dói demais, e não digo aqui em intensidade, mas tempo. é tempo demais pra sentir-se aasim, nessa agonia toda.
tudo bem, digo sim, estou em desacordo com meu corpo e minha alma. (lá vem aquela história da alma transgressora e o corpo preservador. ok, ok, a lavagem tá dando certo, Seu Livro.) é a tal da tensão que tenho que manter e que siiiim, mais que NUNCA a tenho sob o único fio que ainda não desgarrou das tranças da corda de palha. é um vai-que-vai, um vem-que-vem, puxa pra cá, leva de lá, mas.. já quase não resta forças.
é o sentido que se perde no meio d'uma batalha.

estava conversando com amigas, quando uma delas solta um 'aaah, mas como você sabe eu sou bem resolvida! não espero que os outros tomem a decisão, não! eu me resolvo comigo e pronto! a partir daí começo outro dia sendo essa outra pessoa; eu' mas não fica reticente não? como portas entreabertas? nada, mulher. se você se resolve dentro de ti acaba de colocar teu ponto final.
aí eu percebo que um dos lados quer ceder. a bandeirinha branca começa a aparecer, e juro que espero por isso há tempos.
espera, a paz já vem.

e aí, corpo. e aí alma?!
vamos nessa?!

domingo, 18 de novembro de 2007

Maria e o porto, Maria e o mar, Maria e o cais. [Maria Maré]

Por Chico Buarque

Olha Maria
Eu bem te queria
Fazer uma presa
Da minha poesia

Mas hoje, Maria
Pra minha surpresa
Pra minha tristeza
Precisas partir

Parte, Maria
Que estás tão bonita
Que estás tão aflita
Pra me abandonar

Sinto, Maria
Que estás de visita
Teu corpo se agita
Querendo dançar

Parte, Maria
Que estás toda nua
Que a lua te chama
Que estás tão mulher

Arde, Maria
Na chama da lua
Maria cigana
Maria maré

Parte cantando
Maria fugindo
Contra a ventania
Brincando, dormindo
Num colo de serra
Num campo vazio
Num leito de rio
Nos braços do mar

Vai, alegria
Que a vida, Maria
Não passa de um dia
Não vou te prender

Corre, Maria
Que a vida não espera
É uma primavera
Não podes perder

Anda, Maria
Pois eu só teria
A minha agonia
Pra te oferecer


~ ~ ~ ~ ~

ELE
Quem me dera ficar meu amor, de uma vez Mas escuta o que dizem as ondas do mar Se eu me deixo amarrar por um mês Na amada de um porto Noutro porto outra amada é capaz De outro amor amarrar, ah Minha vida, querida, não é nenhum mar de rosas Chora não, vou voltar

ELA
Quem me dera amarrar meu amor quase um mês Mas escuta o que dizem as pedras do cais Se eu deixasse juntar de uma vez meus amores num porto Transbordava a baía com todas as forças navais Minha vida, querido, não é nenhum mar de rosas Volta não, segue em paz

OS DOIS
Minha vida querido (querida) não é nenhum mar de rosas

ELE
Chora não

ELA
Segue em paz

~ ~ ~ ~ ~

Amaram o amor urgente
As bocas salgadas pela maresia
As costas lanhadas pela tempestade
Naquela cidade
Distante do mar
Amaram o amor serenado
Das noturnas praias
Levantavam as saias
E se enluaravam de felicidade
Naquela cidade
Que não tem luar
Amavam o amor proibido
Pois hoje é sabido
Todo mundo conta
Que uma andava tonta
Grávida de lua
E outra andava nua
Ávida de mar

E foram ficando marcadas
Ouvindo risadas, sentindo arrepio
Olhando pro rio tão cheio de lua
E que continua
Correndo pro mar
E foram correnteza abaixo
Rolando no leito
Engolindo água
Rolando com as algas
Arrastando folhas
Carregando flores
E a se desmanchar
E foram virando peixes
Virando conchas
Virando seixos
Virando areia
Prateada areia
Com lua cheia
E à beira-mar

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

é, caetano.. me pegastes de jeito!




Rapte-me camaleoa
Adapte-me a uma cama boa
Capte-me uma mensagem à toa
De um quasar pulsando lôa
Interestelar canoa
Leitos perfeitos
Seus peitos direitos
Me olham assim
Fino menino me inclino
Pro lado do sim...


Rapte-me
Me adapte-me
Me capte-me
It's up to me, coração
Ser querer ser
Merecer ser
Um camaleão

Rapte-me camaleoa
Adapte-me ao seu
Ne me quitte pas

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Formosa Mulher

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

eu não quero um capacho não, seu dono..
eu quero alguém pra chamar de "meu amor", com aquela voz derretida de ternura, derretida de doçura..
alguém pra dizer "como eu te amo, meu amor! como eu te quero! não saia não de perto de mim.. "
eu quero alguém pra dizer "venha cá me dar um beijo na boca A-GO-RA senão eu morro!"

não é capacho não, seu moço..
é amor.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

O Momento Que Passou ou A Experiência já Experimentada (e Passada)


céu nublado me deixa melancólica. chuva rala me deixa carente.. é coisa de cama, edredon, filminho e um bom vinho. é coisa de dois-a-dois, beijo na boca, abraço gostoso. é coisa de carinho nas costas, mão nos cabelos, toque suave no rosto. é coisa de mensagem no meio da madrugada, mesmo que ela não diga nada. é coisa de pegar um olhar. é coisa de delicadezas, de surpresinha embaixo do travesseiro, de bilhetinho no carro. é coisa de mãos-dadas..
é coisa de mãos-dadas, de pular nas costas, de carinho à toa, de correr e ir de encontro ao peito do outro. é tempo de palavras e sussurros maviosos..
é coisa de olhar e sentir aquela inadiável vontade de beijar. é coisa de perceber todas as novas pintinhas naquele rosto tão conhecido..
não é coisa de ligações esporádicas, de encontros casuais, de palavras que soam necessárias, de relacionamento que no fim de tudo é só sexo mesmo. isso é coisa (frustrante) pra alguns momentos da vida, apenas. momentos em que você não quer ser amada, ou quer sentir-se livre pra voar por aí sem ter que dar satisfação (a não ser pra você mesma e pra tua inquieta e tagarelante consciência).
céu nublado me deixa carente. chuva rala me deixa melancólica.


duração: o instante em que a mente vai longe, mas logo volta.
~ ~ ~ ~ ~
o que resta é a vontade do beijo na boca sem encontro marcado sem porquê sem finalidade sem princípio sem objetivo sem quando sem onde sem hora. é querer, é vontade.
e segundo ele, a guria não pode querer isso. ela realmente não quer nada disso ali sonhado. vive a jogar na cara que tudo aquilo lhe foi ofertado por mais de duas vezes em pouco tempo. e sabe o que fez a tal? não quis. é.. deixou passar, assim, de mãos abertas mesmo. não sentiu vontade de mergulhar, de pular de cabeça. medo? na não.. o que não tinha era vontade mesmo. queria o sabor da novidade, o frio na barriga do inseguro, o pisar dos sem-chão, o olhar pra cima dos sem teto, o respirar dos sem-ar. tanto fez que teve.
sentiu. e agora quer sair.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

me dê um doce de doçura..

faça pouco, mas faça bem. o importante mesmo é que tudo resulte em maior doçura e bem estar. o resto continuará sendo resto.. as preocupações com contas, os problemas amoroso, os problemas familiares, e a lista de tormentos inúteis.


~ ~ ~ ~ ~

aaai.. a lista de tormentos inúteis.

~ ~ ~ ~ ~

a gente cheira diferente quando se decepciona

~ ~ ~ ~ ~

quero redescobrir a ternura humana

~ ~ ~ ~ ~

vai que minha estrela volta a brilhar...




volta pra mim, volta, luz?!

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

obra-prima anatômica




(...) disse isso e me fitou com olhos aguados. Parecia mendigar uma resposta que expressasse um mínimo de cumplicidade. Fiquei mudo, obviamente, talvez por alguns minutos, e ela entendeu meu silêncio absoluto como sendo de fato um silêncio absoluto, recolheu sua bolsa numa lentidão torturante e foi embora, deixando o copo cheio.

Caro amigo, se não somos chimpanzés é porque temos a melancólica capacidade de chorar sozinhos durante as madrugadas.



-trecho do conto 'Clichê Romântico' de Daniel Galera.

sábado, 6 de outubro de 2007

e se ficar o bicho come..


Meu corpo não é meu corpo,
é ilusão de outro ser.
Sabe a arte de esconder-me
e é de tal modo sagaz
que a mim de mim ele oculta.
Meu corpo não é meu agente,
meu envelope selado,
meu revolver de assustar,
tornou-se meu carcereiro,
me sabe mais que me sei.
(...)


Carlos Drummond de Andrade
As contradições do Corpo. Corpo (1984)

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

a voz rouca que vem do mar


ninguém me contou, foi meu mano que viu na marujada
meu amor botou meu nome no pano da jangada..

vou me vestir de rainha e vou morar no mar. vontade de imergir, mergulhar, penetrar, entranhar, desaparecer e reaparecer na imensidão do mar..
ninguém me contou, foi meu mano que viu na marujada
meu amor botou meu nome no pano da jangada..

sábado, 29 de setembro de 2007

ainda que..


fico na ânsia de te abandonar
quando o teu corpo se atreve
a num olhar mascarar
aquilo que não é de neve

o ciúme é um segredo que guardas dentro de ti

por ti não sinto ciúme algum
talvez por saber que em tempo nenhum
seremos um lugar-comum.

fico na ânsia de te abandonar
mas esse teu olhar..
e se falasses magia, sonho e fantasia
e se falasses encanto, quebranto e condão
feitiço, transe-viagem, alucinação

fico na ânsia de te abandonar
quando o teu corpo se atreve
a lançar aquele olhar
e um sorriso abreviar.

fico na ânsia dos sem-chão, sem-teto,
sem-ar.











*poemeta antiguinho, de uns 3 meses.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

dá uma luz aí?!


ai, as prioridades.

a vida tem disso.

chega um momento em que temos de optar (v., escolher um entre vários que se apresentam. nesse caso, não é preferir). temos de colocar naquela famosa balancinha as vantagens e desvantagens, os prós e os contras. agora, diga aí: o que fazer quando as duas pesam e.x.a.t.a.m.e.n.t.e o mesmo?

deixar de lado um trabalho extraordinário em prol de um trabalho magnífico. abrir mão de uma experiência fantástica e poder vivenciar uma outra experiência maravilhosa! e vice-versa. e versa-vice.

pessoas ficarão na mão, querendo ou não. mesmo que essa pessoa seja eu.
aiquidô!

[momento de pânico, terror e aflição!]

luz em mim, por favor, diretor!
e sem reclamar desse paupérrimo discurso revolt.



*lembrete: sou péssima nisso de ter que decidir entre vários. péssima.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

não se afobe não.. (O QUÊ?)

(o quando: de segunda 17 pra terça 18)

ai, gentem, ÓTEMO!
realmente era o que me faltava: acordar gemendo de dor, ir pra emergência do hospital às quatro e meia da madrugada, esperar muito tempo pra ser atendida enquanto rodo da cadeira testando mil posições pra ver em qual delas a dor é menor, não achar essa posição de modo a ficar encolhida em mim mesma, finalmente ser arrastada pro box, levar várias agulhadas, ser dopada infinitamente até que a dor se dê por vencida, ficar no soro horas a fio, fazer mil exames, se contorcer de dor na frente de todos os atendentes com cara de bunda, enxer a bexiga de água pra fazer um exame e descobrir que naquele caso não era necessário, gritar pela Helena (sem sequer lembrar quem era Helena) pedindo mais buscopan ou dipirona ou qualquer outro remédio daqueles que curasse aquela dor duzinférno, fazer xixi no potinho tendo uma só mão disponível (porque a outra estava lá no alto junto com o soro), ver a cara da dona Cristina me falando pra dormir, ouvir o playboy do lado dizer que não foi até ali pra ficar tomando soro, fazer mais exames... aliás! mil exames pra descobrir o quê mesmo? que ahh.. vou ter de marcar uma endoscopia pra confirmar o que todos já pensam a essa altura da madrugada, que dizer, DEZ HORAS DA MANHÃ: que provavelmente seja uma gastritre.
de fundo emocional, óbvio.
ÓBVIO!

agora nem mais agoniada, preocupada, aperreada, estressada, eufórica, ocupada e nem extremamente feliz posso ser-estar-ficar. engolir as displicências de dona Kika? negativo! terei de revidar, senão meu estômago sai pela boca.
não posso morrer de amores, senão morro de dores.
assim que abro os olhos não posso pensar no que o dia tem a me oferecer, senão me fodo.
pensar nos seminários e relatórios? aaah.. pra quê é que existem as outras pessoas do grupo? comer aquilo tudo que eu como? ah nem...

me disseram simplesmente para não ser tão assim, tão eu.
serei a pessoa mais calma, sem tiques nem estalos eufóricos, monótona, padrão, obediente e entediante que vocês já conheceram.. que tal?
há-há, né meu bem!
chora!




agora, vê se pode..

domingo, 16 de setembro de 2007

nociva

é essa daqui com saudade de conversar horas a fio com aquele de natal.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

quando você..




então.

lá veio à tona o assunto.. ainda não posso escrever cartesianamente, sem confundir significados, sem trocar letras, que são ainda sentimentos, não palavras.
ainda está aqui, dentro de minhas entranhas, num processo de interior exteriorização do tal sentido confuso e cheio de sensações (sacou?). aquele olhar em busca d'outro ofuscou meus sentidos e, mesmo de longe, sabendo que em busca do meu, nenhuma atitude geminianamente eufórica tomei. simplesmente esperei.. (há quem diga que é a tal serenidade que a maturidade traz).

e dessa vez não há levantadas pra ir ao banheiro, pra comer brigadeiro, atender o porteiro. não. veio, assim, numa tempestade de escassas letras confusas querendo explicar o que não há. o que não há.

e isso tudo, o que não foi dito nem explicado, por bloqueio meramente racional, - logo eu, que nunca soube bem o que é esse hemisfério esquerdo - é efêmero.


-
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o toque, em mim, fica marcado.


[não, Mariana. ainda não. guarde estas palavras pra um depois.]


-
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zeca anda me perseguindo.
não, muito pelo contrário, estou (emocionalmente) bem demais, resolvidinha demais. acontece que essa música não me sai da cabeça, e talvez esteja em harmonia com minhas pernas - a da foto em foco.

quando você faz da minha carne triste quase feliz quando você faz da minha quase triste carne feliz: zeca baleiro - skap

terça-feira, 11 de setembro de 2007

das vozes de caetano, de bethânia

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo

Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo

Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo

Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo

Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo

De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo

O que usaremos pra isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo

E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo

Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo

Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo

sábado, 8 de setembro de 2007

da observação

não te irrites, por mais que te fizerem...
estuda, a frio, o coração alheio.
farás, assim, do mal que eles te querem,
teu mais amável e sutil recreio.


eeeita seu Quintana. teu livro não sai mais de minha bolsa! teus versos já viraram auto-ajuda, já viraram consulta astrológica.. astronômica. há!

domingo, 2 de setembro de 2007

nas coisas tão mais lindas..


e no cheiro de cada flor de cada galho de cada ipê amarelo dos eixos dessa brasília você vai estar.
e pelos vidros dos carros, olhos distraídos postos a te contemplar.
(os meus, atentos, entendendo até mesmo a brisa que te faz balançar)


nas cores de cada flor, será você a irradiar cor, será você a colorir o céu.
nas tortuosidades de cada galho, tua sabedoria a acertar.
na aspereza da casca de cada ipê, tua casca, por vezes àspera, tão própria dos Moreira.
mas é mesmo só a casca.. e na suavidade do toque de cada pétala de flor, teu olhar, tão doce. tuas mãos macias, sempre postas a afagar. teus braços, sempre postos a acolher. tuas risadas..


vózinha linda,
(quão iluminada és..)
que ilumine os ares, tanto quanto iluminou a terra.

amo-te infinitamente, indefinidamente, incondicionalmente.
que meus sopros cheguem a ti, no alto, no céu.
pois que os teus chegam a mim, no mesmo chão em que estão as raízes.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

teu querer por vir. (rima)

Não me olhe só corpo-carne, como se seus olhos não fossem dignos dos meus olhares. Não me queira só com sexo, como se teus lábios não almeijassem os meus. Não me teste o sexo sem antes provar a textura de toda minha pele. Não enfie teus dedos em certos abismos úmidos e quentes, sem antes estrelaçá-los aos meus dedos.

É tênue essa linha que divide o triste e o insólito do amor calcado. o amor por-vir..

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[e é óbvio que retornarei a esse assunto]

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

MariBeth

levanta
sacode a poeira
e dá a volta por cima.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Alto Lá





Alto lá/Não volte aqui não/Quem lhe fez fingir viver/Uma vida feliz?/Tá, eu sei/Meras tolices/Nos fizeram sem querer/Precisar de um juiz/Ah! essas suas/Chaves já não/Servem mais/Meu quarto e sala já tem/Um corretor/E se você quiser/Terá de /lugar, meu amor/Alto lá/Não fale assim, não/Nem no medo vão nos ver/Ter a vida feliz!/Mas cansei/Pois além disso/Nossa estupidez não nos/Deixou ver quanto gris/Ah! essas /Suas/Frases já não/Ofendem mais/Meu quarto e sala já tem/Um fiador/E se você quiser/Saiba que eu tenho já, meu amor./Nem mais sei quem é você/Que está aqui de /Mudanças./Só, vou lhe deixar aí!/Solidão e lembranças...

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

terça-feira, 14 de agosto de 2007

carta a um beija-flor


passarim que beija as flores mais bem quistas...


a verdade é que estou perdida. mais que nunca (ou mais que sempre, vá lá). acontece que por mais que haja mil-e-uma pessoas ao meu redor, estou só. SOZINHA, beija-flor, so.zi.nha. parece que ninguém mais entra aqui, entende? parece que há uma barreira, por mais que eu queira ela não deixa ninguém passar pra cá.perdoe-me por colocar-te nesse saco de farinha, perdoe-me por não saber o que dizer, é que eu só sinto... e não sei muito bem; os sentimentos, como bem sabes, não são alfabetizados.te quero bem, te quero muito bem. sábado me vi muito em ti, sábado te vi em mim. me vi em tua casa, você na minha, nós num gramado qualquer falando besteiras quaisquer, nós na casa com tua tia ficando bêbadas e rindo trocando olhares cúmplices. nós pintando e bordando em silêncio, assistindo a um filme qualquer, ouvindo nossas músicas (que às vezes nos tocam sem nem uma palavra trocar), me vi num lero muiro gostoso com teu pai e quis me sentir em casa. me vi aprendendo a fazer aquelas flores com tua mãe enquanto aguardo você está no banho pra gente sair. me vi embaixo do edredon contigo e quis ali estar. me vi acordando ao teu lado e sendo tua, toda tua.


mas acontece que eu não sei


acontece que eu não sei..


sabe, EU NÃO SEI!!!
me ajuda?


*talvez eu seja uma vagabunda.





se correr o bicho pega Stephen, se ficar o bicho com..
se correr o bicho pega Stephen, se ficar o bicho com..

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

conserto interior - antes de consertar o mundo lá fora


Angústia, s. f., é uma esperança que nos acena da porta, mas que a gente nunca sabe se está entrando, ou se está saindo.

(pequeno dicionário idiossincrático da memória)

o amor é muito sereno com você. assim não consigo me sentir maluca, doida de amor, anrder em febre, surtar, querer me jogar em qualquer lago, lagoa ou rio e chorar soluçando sem hora pra acabar, me sentir a mais patética do mundo só por um dia não ter recebido um "alô" bem entonado, um "boa noite" bem gostoso, ou mesmo um olhar confortante. passar noites e noites em claro esperando que o celular apite uma mensagem ou o telefone toque uma música com tua voz, teus sussurros.


as águas mansas não me ofertam mais que paz interior. não é isso que a Mariana procura, verdadeiramente. ela gosta da dor do amor, gosta do sofrer cada instante, esperando que o outro seja melhor, mesmo não sendo. ela gosta da insegurança do amor, da sensação de estar pisando em ovos quando quer abrir o coração pra ele, fazer aquela declaração pública de amor, escrever aquele poema meloso, quer mandar uma carta e ficar aguardando asiosamente a espera. aguardando a espera. aguardando a espera. porque no fundo sabe que a carta nunca chegará, a resposta não virá. e ela morrerá, se debulhará em lágrimas até o grito e a dor não fazerem mais sentido, e ela se pegará largada no meio do chão, no tapete do quarto, rindo da própria loucura. rindo da própria intensidade.


não receber a resposta da mensagem. quantas vezes deixei de responder a quem me amava? quantas vezes recebi emails e mensagens de amor e nem sequer respondi?


quero passar por isso, do lado de lá. aquela angústia que se dá só de pensar que você daria as mãos, os pés, o cabelo, as unhas, o mundo por aquela pessoa, por aquele risinho de meia boca ou o olhar mais doce do mundo. quero estar do lado de lá.


a loucura é tudo aquilo que ela sente falta, e que você não a proporciona. o desespero é tudo aquilo que ela quer sentir uma noite inteirinha, quando você a oferta calmaria em timbres e tons. o dia de chuva em casa quer fazê-la lembrar do quanto é bom amar e morrer (mesmo que imaginariamente, cada parte de teu corpo) por amor!


não essa calmaria..

o amor não pode ser calmaria.

domingo, 12 de agosto de 2007

desabafo, marinês



é.
é necessário mesmo voltar a me conhecer.
é necessário mesmo ser minha, e só minha, sem mais picas e paus.
é necessário. preciso.
abandonar os vícios, ser minha novamente, respirar alegremente o ar de cada manhã, sem essa carência.
excesso de carência.
não encontra-se nos outros aquilo que Ninguém saber ser, ou ter.
quero ser novamente
preciso ser novamente
pra então caminha tranqüilamente
quem é essa que aqui reside? sem o brilhinho nos óim, sem o sorriso mais sincero nas horas mais indevidas, sem pensar, chorooosa, manteiga que morre de amores por qualquer um que se apresente difícil conquista?
cadê?

sábado, 11 de agosto de 2007

olh'ela aí de novo querendo se enganar


e sabe o quê?


de repente deu-se conta que, embora não tenha se permitido, o tal entrou e instalou-se na vida dela de um jeito muito cômodo. confortável.

de repente ela o ameaçava, dizendo que iria abandolá-lo o quanto antes, pois a situação estava ficando insustentável.

e era bom, ser a boneca mais cobiçada. e era bom, poder saber que sairia quando bem entendesse, e que isso ainda seria um trunfo. sairia pisando em sabe lá o quê, mas sairia com seu nariz arrebitado.
sucede então, que ele, o tal, resolveu abandolá-la sem aviso prévio, sem conversinha de dedinhos chupados, modinha de viola ou uma cosquinha no pé. sucede então que seu orgulho começa a corroer por dentro, talvez seja orgulhinho mesmo, ou uma pitadinha de vaidade. mas creio que o que acontece mesmo é que ela se viu amarrada por ele, nesses tais laços invisíveis e essas amarras que a liberdade amorosa concebe.
esse tal de 'envolvimento' é mesmo um chato de galocha.

te pica menina, é o que o hemisfério esquerdo fala pra ela. te pica antes que seja tarde e você se machuque, princesinha. mas lá vem o direito e perturba essa quieta racionalidade, fazendo com que ela mande mensagens no meio d'uma madrugada. a loucura, a insensatez e a embriaguez estao todas aqui discutindo: qual delas sente mais falta de te sentir.
quando é ela mesma que sente. seu lado direito não nega. agora nem mais o esquerdo abafa o caso.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Lá do outro lado do céu


alguém derrama num papel novos poemas de amor.
lá do outro lado, longe mesmo, alguém transforma lágrimas em canto
transforma tormento em vento
alegria num céu tingido de vários tons.
o sol dá seu bom dia em forma de cores e sons e a natureza devolve a oferta, cantando com seus pássaros e chacoalhando suas folhas, que balançam à dança do vento. divina dança, esta, ofertada pela brisa que vem lá do mar, lá onde Laiá dorme.
ficamos minh'alma e eu,
fazendo parte, ao invés de apenas contemplar e agradecer. sentindo que também fazemos parte dessa natureza.

Belo dia!

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Juz ao título do recanto, cheio de encanto


nalgum lugar em que eu nunca estive,alegremente além
de qualquer experiência,teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto

teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos,nalgum lugar
me abres sempre pétala por pétala como a Primavera abre
(tocando sutilmente,misteriosamente)a sua primeira rosa

ou se quiseres me ver fechado,eu e
minha vida nos fecharemos belamente,de repente,
assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte;

nada que eu possa perceber neste universo iguala
o poder de tua imensa fragilidade:cuja textura
compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira

(não sei dizer o que há em ti que fechae abre;
só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva,tem mãos tão pequenas


e.e. cummings


traduzido por Augusto de Campos